“Me dê o ar, meu amor. Me dê a mão. Me dê aquelas esperanças
que alguém um dia matou e não olhou mais uma vez para ver se eu sobrevivia.
Porque, na verdade, o meu ar e a minha sobrevivência esperavam para você
ressuscitá-los. A minha presença esperava pela tua para se manifestar. E achei
ter visto de tudo, ter sentido e provado do que havia para ser sentido e
provado, mas descobri que nunca se sabe tudo e que você, somente você, pode me
apresentar ao resto. Beijos entre roupas jogadas ao longe ou olhares cúmplices
no meio de uma rua lotada: você sabe me adivinhar. Você sabe além do que
qualquer um poderia saber dos meus planos ou sonhos, marcas ou cheiros,
passados ou presentes. Você sequer precisou falar, eu te escutei ao longe como
se me chamasse desde sempre. Eu espero pelos nossos dias bonitos, pelas
lágrimas de um amor cheio de medo, pelo “sim” que você precisa me dizer quando
eu te propor os mais loucos “para sempre”. Eu espero pelas histórias da minha
vida que alguém escreveu contigo ao meu lado. E não vou mais imaginar que você
foi apenas uma aparição a mais para tentar entender que os encontros de almas
tem alguma explicação nesta vida, quando tudo o que se explica é o que cala
entre os nossos corpos que se pedem tanto. Vou te ter para mostrar que eu nunca
soube como é querer de verdade. E, se um dia me deixaram aqui, sem entender
como se deixa outro alguém, é porque era exatamente assim, na noite fria, com
os pés doendo e o seu sorriso questionando a minha seriedade, que merecíamos
nos achar. Se bem que eu, meu amor, não te achei. Eu te precisei. E agora o sei
o que é procurar palavras de amor sem nunca achar suficiente. Eu me confesso
amando você.” [Jéssika]
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